A festa da menina morta

domingo, 9 de novembro de 2008

Fui ontem ao teatro assistir este filme do Mateus. Que filme pesado, mesmo (e bom! muito bom sim). Pelas cenas, pelo conteúdo, pelas mensagens subliminares mostradas em alguns poucos segundos. Uma festança feita todos os anos, originada de um evento triste: a morte de uma menininha, cujo vestido é encontrado por um cão. Onde está o milagre? O milagre reside na necessidade das pessoas da pequena cidade em acreditar que há algo maior que elas. Não só destas pessoas, mas da humanidade, que desde os primórdios, atribui à deuses/santos/qualquer entidade com algum poder sobrenatural as ocorrências que não são capazes de explicar. De tradição religiosa, a festa passa a ser o evento feito para divertir a todos, trazer um pouco de alegria, trazer um objetivo de vida (no caso de Santinho), e quem enxerga o absurdo de se comemorar a morte de uma criança é tachado de revoltado, herege.
É o que sempre acontece, não? Os questionadores são os que estão na contra-mão, os errados, "revoltados sem causa", descrentes, hereges...e eu não pude deixar de correlacionar o enredo desta história com o que acontece hoje com o dia de Tiradentes, malhação de Judas, paixão de Cristo, etc., afinal o que há pra comemorar nisso tudo? No fim das contas, comemorar nada, refletir sim. No entanto, como bem diz Santinho (dando o recado da menina), as pessoas têm medo da dor, medo de aceitá-la e por isso fazem festas, se embriagam...mas ela é necessária.
"não se pode ter medo de sentir dor, porque ela faz crescer".

1 comentários:

gabriela moraes disse...

não há melhor remédio pra rever os conceitos que baldes de "tapas na cara" e uns "acorda pra vida, lesa" OIAJOAIJAOIJ :*

 
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